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  • Por: Márcio Botelho
  • Publicado em: 6 de dezembro de 2021

Expansions in everywhere

Na última década as expansões passaram a ser parte importante do mercado de jogos de tabuleiro modernos. Quase toda a semana saem anúncios ou lançamentos de expansões, reimplementações, materiais promocionais e outros produtos que são derivados de jogos já estabelecidos.

Os fãs de um determinado título, como Terraforming Mars, no geral comemoram esses produtos e ficam felizes ao saber que seu jogo favorito está recebendo mais conteúdo. Muitas pessoas até mesmo acreditam que certas expansões são essenciais para garantir a melhor experiência possível.

Por outro lado, é comum vermos muita gente que torce o nariz para esse tipo de iniciativa. No geral, a principal crítica está ligada ao fato de que as expansões seriam apenas tentativas de se ganhar “dinheiro fácil”, apelando para a base de fãs que vai comprar uma expansão pelo desejo de manter a coleção completa.

Será que as expansões são essenciais ou são apenas um caça níquel?

Para que serve uma expansão?

Grosso modo podemos dividir as expansões em dois grupos distintos: aquelas que modificam aspectos presentes no jogo base, mas que mantêm o núcleo do título original; e aquelas que se propõem a mudar pesadamente a dinâmica, alterando drasticamente a experiência de jogo.

Expansões como Hellas & Elysium, de Terraforming Mars, e o Baralho de Exilados e Partisans, de Root, se encaixam no primeiro grupo. Quando você as utiliza não precisará reaprender o jogo base. Basta abrir o material, prestar atenção nas novidades e desfrutar de uma experiência de jogo renovada, mas que ainda se encontra bastante próxima do original.

Esse tipo de expansão é a mais comum devido a um aspecto simples. O desenvolvimento de um jogo de tabuleiro é um processo demorado, que passa por várias etapas e que exige muito cuidado no que diz respeito a manutenção do equilíbrio matemático e ao balanceamento das regras. Alterações radicais podem quebrar esse equilíbrio e arruinar a experiência de jogo, por isso é mais seguro trabalhar com expansões que não alterem elementos essenciais.

O segundo tipo de expansão, aquelas que modificam profundamente a experiência de jogo, tendem a ser mais densas e se adéquam aqueles jogadores que estão em busca de algo diferente. Orléans: Invasão, Terraforming Mars: Reviravolta e Root: Submundo se encaixam perfeitamente nessa categoria.

Quando estamos falando de uma expansão que traz mudanças radicais, é comum percebermos que outros designers são convidados para trabalhar no projeto. Esse processo reforça a ideia de que certas expansões tem por objetivo virar as coisas do avesso.

Excesso de expansões?

Quem crítica as expansões no geral argumenta que a maior parte delas não seria realmente necessária. Para essas pessoas, expansões seriam uma maneira simples para as editoras colocarem mais produtos no mercado, abrindo mão da criatividade e da inovação para obter lucro de forma rápida.

De fato, esse argumento não está de todo errado. Em um mercado competitivo, como o dos jogos de tabuleiro, conseguir se diferenciar não é fácil. Todos os anos centenas de produtos chegam as lojas, mas apenas alguns deles vão conseguir conquistar os corações e mentes dos consumidores.

Nesse cenário, optar por lançar uma expansão para um jogo consolidado é uma aposta muito mais segura. Podemos dizer que alguns títulos como os das linhas Disney Villainous e Unmatched Game System apostam em lançar o máximo de expansões possíveis para uma base de fãs ávida por colecionar cada novo item. Entretanto, essa postura é uma exceção e não a regra.

Editoras e Game Studios consolidados no mercado investem muito tempo em expansões para seus títulos de maior importância, porém os responsáveis pelo catálogo sabem que são poucos os jogos que nunca saem de moda. Como todos os produtos da indústria cultural, os board games também estão sujeitos às mudanças de humor do público em relação aos “temas do momento”.

Dito de outra forma, as expansões não estão tomando o mercado de jogos de tabuleiro menos criativo. Além de contribuir para a manutenção das editoras e estúdios, elas também servem como um importante espaço de teste para ideias e podem contribuir muito para o desenvolvimento de novos jogos.

Márcio Botelho

Raça: Humano. Alinhamento: caótico e bom. Classes: Historiador 6, Crítico literário 4 e Nerd 10. Fascinado com a expansão que acrescenta modo solo ao Living Forest.

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