Três coisas que eu quero, e três que podem acabar, em 2022
É muito comum começar a primeira semana de janeiro pensando em como vai ser o novo ano e tentando adivinhar as coisas boas e ruins que estão por vir. E em 2022 não é diferente.
Depois de dois anos marcados por uma pandemia aguda e por uma grave crise na economia, 2022 chegou trazendo a esperança de que as coisas comecem a melhorar para os fãs de jogos de tabuleiro modernos.
Na primeira postagem do blog em 2022, vou apresentar a minha lista de desejos de boardgamer para o ano que está começando. Para facilitar as coisas dividi a lista naquilo que quero que aconteça e três coisas que deveriam acabar o quanto antes.
Quero – mais jogos nacionais
O preconceito em relação aos jogos criados e produzidos no Brasil está se tornando coisa do passado.
O sucesso estrondoso de Brazil: Imperial, a incrível qualidade da segunda edição de Don Capollo e financiamentos coletivos bem sucedidos como Os Desejos do Sultão e Tormenta 20, apontam para o fato de que boa parte do público abraçou os jogos brasileiros.
Com a criação do Glyptodon Game Studio a MeepleBR indica seu desejo de contribuir cada vez mais com a indústria brasileira de jogos de tabuleiro, fazendo com que bons produtos sejam desenvolvidos e lançados de maneira eficiente, podendo atingir até mesmo o mercado internacional.
Eu quero ver Luna Maris, Grafito, Eletrika, Agrofloresta, 1890 e mais um monte de jogos chegando nas mesas do Brasil e do mundo.
Quero – eventos presenciais
Tabletopia e Table Top Simulator são legais, mas eu não aguento mais olhar para a tela de um computador enquanto jogo!
O avanço da campanha de vacinação contra a Covid-19 tem dado grande esperança para todos que querem voltar a uma certa normalidade. Parece que ainda teremos de tomar cuidado com variantes e manter certos protocolos de segurança, porém a cada dia que passa temos a impressão de que o pior ficou para trás.
E que saudade que eu tenho de jogar no Doff, de ver os amigos no Board Games SP e de socializar com a galera nas lojas. O que eu quero é poder jogar feliz… e longe da tela do computador.
Quero – clássicos
Lançamentos são bem interessantes e fazem parte do dia a dia da indústria dos jogos de tabuleiro modernos. Entretanto, tem muito título “antigo” que venceu o teste do tempo e mostrou que segue sendo divertido. Jogos como El Grande, Hansa Teutônica e Lewis & Clark são clássicos modernos e merecem a fama que conquistaram com o passar dos anos.
Eu quero que esses clássicos cheguem ao Brasil, permitindo que os jogadores mais novos no hobby possam se deliciar em partidas de London, Eclipse, Food Chain Magnate e mais o que vier por aí.
Pode acabar – dólar alto
As editoras de jogos não controlam o câmbio, mas como eu queria ver uma moeda mais estável e que facilitasse a vida de quem curte um bom board game.
Esse ano foi possível ver uma movimentação em direção a produção de jogos dentro do Brasil, uma alternativa interessante para diminuir custos. Todavia, essa manobra tem um alcance limitado devido a questão de que muitos insumos são importados ou tem seu preço dolarizado.
Se a economia se estabilizar é possível que tenhamos uma taxa de câmbio mais amigável e que permita voltar a sonhar com aquele item de colecionador para enfeitar a coleção.
Pode acabar – problemas logísticos
Nunca imaginei que ia passar o segundo semestre de 2021 estudando as cadeias de produção globais e entendendo a importância dos contêineres para uma economia integrada.
Aparentemente as fábricas continuam lotadas, os navios seguem com dificuldades para embarcar e o surgimento de novas variantes do Corona Vírus podem mudar as regras do jogo inesperadamente, mas ao que tudo indica agora temos uma coisa que não havia no ano passado: informações.
Agora as fábricas conseguem informar com precisão como está a produção, as transportadoras podem fornecer previsões mais precisas e os navios sabem em que lugar estão na fila para o embarque/desembarque.
Em 2022 as coisas vão demorar um pouco mais do que demoravam antes da pandemia? Sim, mas pelo menos agora eu me sinto mais preparado e informado para lidar com a situação.
Pode acabar – preconceito
Diversidade e representatividade são importantes.
Para o crescimento de qualquer negócio nos dias de hoje é preciso incluir as diferenças e criar um espaço plural e capaz de lidar com a alteridade. Isso não tem nenhuma relação com “lacração” ou “politicamente correto”: pessoas diferentes trazem novas ideias, renovam o ambiente e podem incluir novos grupos de consumidores para uma empresa.
Acredito pessoalmente que a popularização dos jogos no Brasil passa por romper certos preconceitos de gênero, de raça e de classe social.
Seria muito legal vermos jogos que apresentam novos temas, ambientações e protagonistas, o tipo de inovação que pode colocar sangue novo no hobby e fazer com que ele cresça cada dia mais.
E você: quais são seus desejos de boardgamer em 2022?