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  • Por: Márcio Botelho
  • Publicado em: 27 de maio de 2020

Diversão e board games

Já parou para se perguntar por que um jogo que você acha divertido é uma verdadeira tortura para outras pessoas?

Pode ser que seus pais achem o tabuleiro do Root lindo, mas não achem graça no jogo; enquanto você e seus amigos gargalham jogando maldições em Vudu, seu namorado fica meio emburrado por ter de imitar uma cobra sibilante; ou a preparação do tabuleiro de Francis Drake deixe seu filho adolescente sem paciência.

Por que isso acontece?

Público-alvo

A diversão está baseada em quem nós somos, sendo assim, aquilo que é divertido para mim pode não ser divertido para a minha esposa ou para o meu sobrinho.

Existe um fator imponderável e que é difícil de prever, porém, quando estamos falando de uma indústria que movimenta bilhões de dólares anualmente, fica difícil acreditar que as empresas tomem as decisões sem ter algum grau de planejamento.

Por isso, quando um jogo está em desenvolvimento, é fundamental pensar em seu público-alvo, ou seja, para quem um produto em específico se destina. Caso este grupo de pessoas não esteja claro é possível que as ações de marketing e divulgação sejam um fracasso e que o jogo não faça sucesso, pois quem seriam seus consumidores não entraram em contato com ele.

Sabendo quem é o público-alvo pode-se passar para a próxima etapa do processo, tentar entregar um produto de qualidade e destinado a satisfazer as necessidades de uma determinada audiência.

Diversão segundo Schuytema

Paul Schuytema é um designer de jogos, bastante conhecido entre fãs de jogos eletrônicos, que escreveu textos sobre sua profissão em diversos momentos. Segundo ele, podemos dizer que a diversão envolve quatro elementos básicos: receptividade, expectativas, seus gostos subjetivos e o “ingrediente X”.

Receptividade é o primeiro passo: a pessoa tem de estar preparada para a experiência lúdica. Pode ser que ela esteja em um dia ruim, distraída ou simplesmente esteja com mais vontade de ler um livro. Caso não haja receptividade é difícil que a pessoa se divirta com o jogo.

Estando receptiva, passamos para o segundo passo, as expectativas: é necessário ter uma ideia daquilo que nos espera para sabermos se aquilo que se apresenta é bom ou ruim… sendo assim, jamais menospreze a pergunta “Esse jogo é parecido com War?. Talvez este seja o único referencial de quem nunca jogou outros board games!

A próxima barreira são os gostos subjetivos: algumas pessoas adoram filmes e jogos de zumbi; outras curtem faroeste; e existem aqueles que amam animações com animais antropomórficos. As razões destes gostos são difíceis de definir, mas expressam uma predisposição da pessoa para se divertir mais com um tema do que com outro.

Por fim, caso tenhamos alcançado os demais componentes, temos o misterioso “ingrediente x”: ele representa o “algo a mais”, aquilo que é imponderável e supera nossas expectativas. Este componente é uma mistura de surpresa, coincidência, insights de genialidade e emoção extrema.

Board games para todos

Se existem tantas variáveis que afetam aquilo que consideramos divertido – receptividade, expectativas, gostos subjetivos e “ingrediente x” – fica fácil de entender por qual motivo existem tantos tipos diferentes de jogos de tabuleiro.

Jogos fazem parte da cultura humana a muito tempo. Todo mundo já participou de algum jogo em algum momento da vida, sendo assim receptividade e expectativas são dois elementos que os jogos conseguem obter de forma mais fácil que outras formas de entretenimento.

Caso você queira introduzir novos jogadores no hobby, o que foi tema de outro texto em nosso blog, tente conhecer essas pessoas, saber quais são seus gostos e entender que tipo de board game pode se adequar à ela. Conversar com funcionários de ludotecas e/ou lojas especializadas também é uma boa maneira de descobrir títulos adequados aos mais diferentes gostos.

Quando alguém afirma que “não gosta de jogar”, possivelmente essa pessoa teve experiências ruins com jogos que não cumpriam os requisitos de diversão para ela. Ao fim e ao cabo, se divertir com board games é algo possível para todos, basta encontrar o jogo certo para você!

E no seu caso? O que te diverte em um jogo de tabuleiro moderno?

Comenta aí embaixo!

Márcio Botelho

Raça: Humano. Alinhamento: caótico e bom. Classes: Historiador 6, Crítico literário 4 e Nerd 10. Metendo tiro, porrada e bomba nos mortos-vivos do Tiny Epic Zombies.

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