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  • Por: Márcio Botelho
  • Publicado em: 27 de julho de 2020

Procurando uma editora

AVISO: essa é a segunda parte de uma série sobre como publicar um jogo de tabuleiro. Caso tenha perdido a primeira parte, o link se encontra aqui.

Agora que o seu jogo está bem desenvolvido, passou por alterações após o feedback dos jogadores de teste, foi refeito algumas vezes e se encontra mais sólido, é chegada a hora de levá-lo para as editoras e ver se ele desperta interesse para ser publicado.

Nesta etapa algumas coisas são importantes e podem ser determinantes para o progresso do seu jogo.

Primeiramente, pense na maneira como você vai entrar em contato com a editora. Usar o Instagram, o Facebook ou outras redes sociais parece ágil e dinâmico, mas normalmente quem cuida disso não faz parte do conselho editorial da empresa. Além disso, o grande volume de mensagens pode fazer com que a sua desapareça em meio as perguntas sobre lançamentos, dúvidas sobre regras e outras questões.

Minha recomendação é que você utilize um e-mail de contato, deixando claro o assunto e sendo direto na sua mensagem. Uma visão breve sobre o jogo, quais as mecânicas utilizadas e o público-alvo do seu produto são essenciais na sua mensagem.

Em anexo existem três elementos que ajudam na avaliação da editora: a versão mais atual do manual do jogo, um vídeo de demonstração e uma versão para a impressão do seu protótipo (ou um link para uma plataforma que simula seu board game de forma digital).

Anote aí o e-mail da MeepleBR: [email protected]. Sugerimos como assunto o título “PUBLICAR UM JOGO”.

AVISO: devido a situação atual, no qual eventos presenciais não são recomendados, a opção de apresentar o protótipo em eventos está fora de questão. Entretanto, esta apresentação mais próxima pode ser um excelente caminho para o diálogo. Não esqueça de fazer um cartão com seus dados para facilitar o contato após o evento.

Ouvindo não

Pode ser que o jogo que recebeu sua atenção e carinho seja rejeitado por uma editora, ou por várias, e isso é frustrante.

Como eles não viram as qualidades?

Existem uma série de respostas possíveis: a proposta do jogo não se encaixa na linha editorial da empresa; uma agenda lotada e que não tem mais espaço para novos títulos nos próximos meses; divergências em relação a avaliação do mercado de board games; falta de tempo para avaliação do protótipo de forma adequada… a lista é grande e praticamente infinita.

Entretanto, você não deve desanimar.

Se houver abertura, busque o feedback da editora e tente entender quais os motivos que levaram a recusa do seu jogo. Essas informações podem fazer com que você volte ao desenvolvimento com novas ideias, modifique o protótipo e resolva problemas apresentados.

Lembre-se que um sim na primeira tentativa é incomum. J. K. Rowling, a bilionária autora da série Harry Potter, teve o original de seu livro rejeitado 12 vezes até que uma editora se interessou pelo bruxo de óculos mais famoso do século XXI. Ouvir um não pode ser duro, mas é uma parte fundamental para o crescimento individual e profissional.

Praticar e praticar

Existem casos famosos de game designers que demoraram anos até ver suas ideias publicadas. Isso não significa que eles insistiram de maneira obsessiva em uma ideia. O caso de Alexander Pfister é exemplar: a ideia para o jogo Mombasa surgiu quando ele era criança, mas ele só voltou a olhar para ela em 2010; o jogo ficou engavetado por anos até que em 2016, com a ajuda de outro designer, Pfister conseguiu resolver os problemas e publicar o jogo.

O que mudou nestes seis anos?

Pfister participou de diversos projetos, publicou jogos, ajudou no desenvolvimento de outros tantos e teve a oportunidade de melhorar a cada novo passo da carreira.

O design de jogos, como qualquer atividade criativa, envolve prática. Um músico não compõe a melhor música de sua vida na primeira tentativa. Escritores evoluem e melhoram a cada novo conto ou romance. Nem mesmo os maiores gênios começam por cima.

Se você não praticar, por medo, por apreço demasiado a um projeto ou por preguiça, seus jogos não vão melhorar. Bote em prática a sua criatividade: tente jogos diferentes daqueles que você gosta, bole argumentos breves e proponha desafios para si mesmo. Isso vai te dar experiência e talvez um monte de ideias legais que possam ser publicadas no futuro.

Márcio Botelho

Raça: Humano. Alinhamento: caótico e bom. Classes: Historiador 6, Crítico literário 4 e Nerd 10. Jogando aquele RPG maroto aos finais de semana

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