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MeepleBR
  • Por: Márcio Botelho
  • Publicado em: 2 de dezembro de 2021

Jardinagem, entretenimento e uma pitada de inveja

Village Green, o lançamento de dezembro da MeepleBR, é mais um título que chega ao Brasil através da parceria da editora com a Osprey Games, empresa inglesa responsável por grandes títulos como Destemidos Normandia, London e Imperium.

O título foi criado por Peer Sylvester, designer responsável por jogos de peso como The King is Dead e Brian Boru, sendo Village Green uma incursão do autor na seara dos jogos com perfil mais familiar e/ou de entrada, mas que nem por isso deixam de entregar grande diversão e desafio estratégico.

Village Green – temática e funcionamento

     É o primeiro dia da primavera, e todos estão pensando na mesma coisa – a competição por Jardim de Vilarejo do Ano!

Em Village Green os jogadores assumem o papel de jardineiros rivais, competindo por esse prêmio de grande prestígio. Preparando arranjos florais, plantando árvores, cuidando dos gramados e criando ornamentos aquáticos para impressionar os jurados.

O jogo é composto por 96 cartas; 60 cartas de jardim, 30 cartas de prêmio, 5 cartas de vilarejo e a carta que sinaliza o primeiro jogador. As cartas de jardim possuem uma iconografia que será usada para criar combinações e garantir pontos; as cartas de prêmio interagem com o jardim que você está construindo, sendo fundamentais para a garantir a vitória; já as cartas de vilarejo servem para sinalizar o ponto inicial do seu jardim, bem como podem ser usadas para que se executem ações especiais.

Durante a preparação, os jogadores vão posicionar uma das carta de vilarejo a sua frente e sacar três cartas de prêmio que serão colocadas ao lado da primeira e formarão uma linha. Além disso, cada jogador receberá três cartas de jardim.

As demais cartas de jardim e de prêmio são embaralhadas em dois montes separados e 3 cartas de cada monte são abertas e posicionadas ao lado dos respectivos baralhos. Inicia a partida a última pessoa que mais recentemente regou uma planta.

A partir daí o jogo seguirá um fluxo constante. Na sua vez, o jogador poderá pegar uma das cartas de prêmio ou de jardim visiveis em cima da mesa (ou optar por uma carta fechada do topo baralhos). As cartas de prêmio devem ser colocadas abaixo da carta de vilarejo (até um limite de três); já as cartas de jardim podem ser colocadas em qualquer posição de linha e coluna na matriz que é formada pelas cartas de prêmio e vilarejo.

Mecânicas e análise

Parece um jogo simples, não é mesmo?

O conceito básico é bastante prático e objetivo, mas a genialidade de Village Green está nas dificuldades que você vai encontrar para combinar as cartas de jardim. Existem três flores – rosas, petúnias e lírios – e três cores diferentes – amarelo, azul e vermelho -, sendo necessário respeitar algumas regras de posicionamento por adjacência. Você precisa combinar símbolos e cores, o que vai exigir muita atenção.

Por exemplo: se eu tenho uma rosa vermelha no jardim, só poderei colocar ao lado dela uma flor vermelha ou uma rosa. Essa regra precisa ser respeitada com TODAS as cartas adjacentes. Sendo assim, se existe um espaço entre uma rosa azul e um lírio vermelho eu posso colocar nesse lugar uma rosa vermelha (que combina em flor e em cor com as cartas), mas não poderei colocar uma petúnia vermelha (que combina em or, mas não em flor).

Já as cartas de prêmio interagem com a linha ou com a coluna em que estão posicionadas. Temos prêmios que dão pontos por diversidade de flores, por construções e até mesmo por espaços vazios.

A interação entre os prêmios e as cartas de jardim geram um jogo que pode ser simples e descompromissado, para jogadores iniciantes, mas que ao mesmo tempo possui um enorme potencial para agradar quem está em busca de um jogo mais estratégico e que premia o planejamento.

Em termos mecânicos, Village Green combina gestão de mão, combinação de componentes, criação de grid e apresenta poucas mudanças do modo solo em relação ao jogo normal (para 2 a 5 jogadores). Uma partida leva em média de 30 a 45 minutos.

Atrativos de Village Green

A primeira coisa que chama a atenção em Village Green é sua arte deslumbrante. As pinturas em estilo aquarelado da artista Joanna Rosa são coloridas, cheias de movimento e retratam com perfeição a alegria e a vivacidade da primavera no interior da Grã-Bretanha.

Outro ponto importante é um elemento do jogo que está conectado à sua temática: a ideia de que a grama do vizinho sempre parece mais verde. Isso quer dizer que, em toda a partida de Village Green de que participei surge a sensação de que seu adversário está fazendo um jardim melhor que o seu, fator que pode levar você a tentar retirar de jogo as cartas que são mais interessantes para ele. A possibilidade de bloquear as ações dos demais jogadores existe, sendo um elemento de interação que com toda certeza poderá criar situações divertidas.

Por fim, o preço do jogo é bastante atrativo e o torna um produto acessível e dentro da realidade da maioria dos entusiastas dos board games. A edição brasileira de Village Green ainda conta com um pacote de sleeves slim da MeepleBR como brinde, para que você possa proteger as cartas antes de colocar ele na mesa.

Em resumo: Village Green é um jogo divertido, rápido, capaz de atrair novas pessoas para o hobby ao mesmo tempo em que agrada jogadores experientes. Tudo isso por um preço que cabe no seu bolso.

As vendas do jogo se iniciam na próxima sexta-feira (03/12).

Márcio Botelho

Raça: Humano. Alinhamento: caótico e bom. Classes: Historiador 6, Crítico literário 4 e Nerd 10. Brigando com essas malditas petúnias vermelhas.

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