Afrogames e representatividade
ENTRE JOGOS DO DIA 27 DE NOVEMBRO VAI TRATAR DOS AFROGAMES E DE COMO ELES PODEM CONTRIBUIR NO COMBATE AO RACISMO
Em 20 de novembro se comemora o Dia da Consciência Negra, data que representa um marco para a reflexão sobre o impacto do racismo na sociedade brasileira.
Se olharmos para os números, a presença do racismo no Brasil é inquestionável: mais da metade da população brasileira é negra, porém sua presença nos cargos de chefia das maiores empresas do país gira em torno de 6%; o acesso a educação para negros é muito mais difícil do que para a população branca; e quando olhamos para a segurança pública o quadro se inverte, pois a maior parte das vítimas da violência policial são negras.
Mas o que isso tem haver com jogos?
Muito.
Responsabilidade e luta
Os jogos são um produto cultural, assim como livros, filmes e séries de TV, por isso carregam em si o imaginário de um povo e de uma época. Se vivemos em uma sociedade racista é de se esperar que os jogos carreguem estereótipos raciais negativos, valorizando elementos de origem branca e/ou europeia e desvalorizando características negras e africanas.
Se queremos construir um mundo mais diverso e justo, debater como os jogos podem trazer uma visão mais plural de nossa sociedade é fundamental. As questões da representatividade, e principalmente, do protagonismo, se tornaram pautas fundamentais dentro da indústria cultural.
Nesse contexto, vemos o surgimento de designers, produtores de conteúdo, artistas e demais profissionais que estão contribuindo para lidar com esse desafio. O termo afrogame começa a ser utilizado para designar jogos que valorizam a cultura africana e dos afrodescendentes. Entretanto, ainda existem algumas dúvidas: o que define um afrogame? Quais os objetivos e impactos desses jogos na sociedade? Quais afrogames estão sendo desenvolvidos atualmente no Brasil?
Para responder essas e outras questões, convocamos um time de peso.
Quem faz os afrogames no Brasil?
Nessa edição do Entre Jogos, encontro mensal promovido pela MeepleBR que visa promover o debate sobre o mercado de jogos nacional, teremos a participação dos seguintes debatedores:
- Aline Costa – 34 anos, formada em Letras (Português – Literatura), atua na área de revisão textual. Produtora de conteúdo sobre jogos de tabuleiro e cartas nos formatos texto e vídeo, mantendo desde 2013 o blog e o canal Turno Extra. Trabalhou na organização do Guadalupeças, um evento de jogos pioneiros na Zona Norte do RJ.
- Rennan Gonçalves – ativista negro, professor de História na rede Estadual de São Paulo. Desenvolvedor e criador de jogos de tabuleiro. Dono da New Player Studios, empresa focada em jogos com temáticas afrocentradas. Possuí dois jogos anunciados, Grafito e 1890, ambos pela editora MeepleBr, além de alguns em desenvolvimento.
- Sanderson Gomes Virgolino – programador, criador e desenvolvedor de jogos de mesa. Atua na área de jogos de mesa criando/desenvolvendo desde 2014, atualmente trabalhando como game designer na Dragori Games. Membro fundador da Casa do goblin, um estúdio colaborativo de criação, co-fundador da Oficina do Playtest RJ, um grupo de estudo que visa fomentar a criação e desenvolvimento dos jogos de mesa através da troca de experiência e vivências, faz parte da organização do EDIJ-RJ, Encontro de designers independentes de jogos de mesa do Rio de Janeiro, que reúne várias iniciativas a fim de permitir o crescimento coletivo, faz parte também da organização do ProtoBR .
- Talita Rhein – 34 anos, comunicóloga por formação e game designer por paixão. Desde criança tinha um interesse por jogos. Em 2016 começou a escrever para o blog Jogazera e em 2018 criou seu primeiro jogo, Dogo Dash. Desde que fez seu jogo advoga para a inclusão e representatividade na cena de jogos, tanto de tabuleiro quanto online. É de São Paulo, mas mora em Berlim.
- Valter Bispo – Designer gráfico e de jogos, carioca, formado em Comunicação Visual pela Puc-Rio em 2013. Sua paixão é contar histórias por meio de formas, cores, textos e imagens. Observador, curioso e inquieto, desde criança sempre questionou o porquê das coisas. Talvez por isso acredite que os jogos têm a possibilidade de serem transformadores e darem voz e forma a questões sociais e culturais. Autor de Quilombolas: o refúgio dos Palmares.
Como faço para participar?
A transmissão do bate-papo será feita pelo canal da MeepleBR no YouTube, sendo assim basta acessar o canal na sexta-feira, 27/11, às 20h.
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Se não puder acompanhar ao vivo, não se preocupe! O vídeo vai ficar disponível para você poder assistir quando quiser.