Esse deckbuilding tem como temática diversos povos que viveram e prosperaram em diversos momentos da história da humanidade. Cada um deles se destacou devido a grandes feitos, líderes ou acontecimentos, o que fez com que entrassem no imaginário das pessoas até os dias de hoje.
Que tal saber um pouco mais sobre essas nações?
Então vem comigo, pois vamos explorar a história por trás desse grande jogo!
Antiguidade e os clássicos
Como são duas caixas, acho melhor começar por aquela que tem maior relação com povos que historicamente existiram e que se relacionam de alguma forma. Sendo assim, começaremos explorando a caixa Imperium Clássicos.
Antes de falar dos povos em si, é bom dar uma olhada no sentido dado a palavra clássico em termos históricos.
A Antiguidade Clássica designa um período de tempo que vai do século V a.C. até o século V d.C., em especial quando estamos falando da região ao redor do Mar Mediterrâneo.
Os povos que viveram nesse período não se chamavam nem de antigos e nem de clássicos. O termo Antiguidade Clássica foi criado posteriormente, por volta do Renascimento, ressaltando como aquela época passada possuía grande valor em termos culturais para os europeus do começo da modernidade.
Também é importante levar esse dado em conta: a Antiguidade Clássica é considerada central de uma perspectiva europeia, deixando de lado povos e culturas que se desenvolveram em outras partes do mundo (essas civilizações serão mais bem exploradas na caixa Imperium Lendas).
Feito esse esclarecimento, chegou a hora de tratar das nações de Imperium Clássicos.
Cartagineses
Cartago foi um importante polo comercial no Norte da África. Fundada por volta do século X a.C. por mercadores fenícios, povo asiático que vivia na região da atual Líbia, a cidade de Cartago prosperou rapidamente e tornou-se um centro de destaque dentro do sistema de navegações do Mediterrâneo Ocidental.
Os cartagineses fundaram diversas colônias e entrepostos comerciais na Península Ibérica, na Sardenha e na Ilha da Sicília. Os navios de Cartago transportavam mercadorias como ferro, metais preciosos, sal, azeite, grãos e escravizados.
Esse poderoso império africano foi desafiado pela República Romana entre os séculos III a.C. e II a.C.. Durante as Guerras Púnicas, ambas as nações disputaram o controle do Mediterrâneo Ocidental e ao final de intensas batalhas navais e de infantaria os romanos passaram a controlar a região.
Em termos de jogo, os cartagineses possuem forte vínculo com o comércio e uma complexidade de jogo média.
Quando você controla os cartagineses, seu maior interesse é o comércio e a obtenção de recursos . Use seu poder exclusivo, suas caravanas e seus navios mercantes para manipular o mercado a seu favor. Assim que se tornar um império, continue se expandindo com seus famosos elefantes liderados por Aníbal, ou então domine o comércio usando um monopólio para mandar desordem e outras cartas indesejadas aos oponentes.
Celtas
Os celtas foram um povo indo-europeu que habitava a uma vasta porção da Europa que vai dos Bálcãs até o Oceano Atlântico e que chega até as Ilhas Britânicas.
Os celtas compartilhavam a língua e uma série de aspectos culturais, como a excelência da metalurgia, a rica tradição oral e religiosidade, bem como sua ferocidade no campo de batalha.
Durante sua expansão territorial os romanos lutaram ativamente para dominar os celtas, porém eles nunca foram capazes de destruir completamente a cultura celta e suas tradições, fato que ainda pode ser percebido em partes da Europa nas quais a cultura celta segue viva e ativa.
Controlando os celtas, você vai querer adotar um estilo agressivo, concentrando-se em obter cartas incivilizadas e disseminar a desordem por meio de seus poderosos druidas. Sem a prosperidade ao alcance de outras nações, você terá de coletar recursos roubando gado e precisará fazer sua população crescer por meio de seus druidas e do Caldeirão de Cerridwen.
Citas
Os citas foram um povo que viveu em uma vasta região de planícies que se localiza ao norte do Planalto Iraniano e que vai de Leste a Oeste da Ucrânia até a Índia.
Eles eram exímios cavaleiros e se tornaram famosos pelo seu domínio do arco e flecha. Os arqueiros montados citas aparecem referidos em diversos registros históricos, como aqueles produzidos pelo historiador grego Heródoto, e todos aqueles que tiveram de enfrentá-los descobriram da pior maneira sua força, coragem e precisão inigualáveis.
Os citas podem ser uma excelente opção para jogadores iniciantes, em especial devido ao fato de possuírem algumas palavras-chave interessantes e que são bem fáceis de manejar.
Controlando os citas, você vai querer se concentrar em expandir seus domínios e se apoderar de cartas de território que você possa explorar para obter recursos. Por ser nômade, você usará tendas como abrigo e arqueiros a cavalo como proteção, mas sua verdadeira glória só será reconhecida quando você se tornar um império.
Gregos
Os gregos da Antiguidade nunca formaram um império ou tiveram uma unidade política sólida. Na verdade desde sua origem os povos que habitavam a região estavam divididos em diversas cidade-estado, conhecidas como pólis, que eram unidades políticas autônomas e independentes entre si.
O que unia as cidades gregas eram seus aspectos culturais: a mesma língua, o mesmo conjunto de deuses, as mesmas tradições. Em alguns momentos, quando se sentiram ameaçados, os gregos se uniram contra agressores estrangeiros. É o que aconteceu durante as Guerras Médicas, período em que o Império Persa tentou dominar as cidades-estado gregas, e que foi marcado pela importância da pólis de Atenas.
Essa união durou pouco, pois algumas cidades gregas se levantaram contra a hegemonia ateniense e levaram os gregos a uma guerra longa e fratricida conhecida como Guerra do Peloponeso. Essa desunião tornou os gregos em alvos fáceis para a dominação dos Macedônios.
Em Imperium Clássicos os gregos são uma civilização interessante para jogadores experientes.
Quando você controla os gregos, suas grandes vantagens são as cidades e a tecnologia, e você vai querer se apoiar nesses pontos fortes. No começo da partida, os colonos e os mercenários gregos são cartas de expansão poderosas. Já como império, a ciência permitirá que você continue avançando e os Jogos Olímpicos manterão sua nação gerenciável. Seu farol permitirá a manipulação de cartas exiladas, então talvez valha a pena atentar para as cartas que você exilar durante a partida.
Macedônios
Os macedônios eram um povo que vivia ao norte da Grécia e que aparentemente compartilhavam alguns elementos comuns como a língua e a religiosidade. Os historiadores ainda debatem se isso se deve a uma origem comum ou ao fato de eles terem sido influenciados pelos seus vizinhos do Sul.
Se aproveitando da fraqueza das cidades-estado gregas, o rei macedônio Filipe II dominou a Grécia de maneira rápida e deixou de herança para seu filho as bases para a construção de uma das nações mais poderosas da Antiguidade.
Alexandre III, filho do rei Filipe e aluno do filósofo grego Aristóteles, foi responsável por uma das trajetórias militares mais imponentes de toda a história. Através de seus exércitos e de alianças política, Alexandre dominou o Egito, a Pérsia, a Antiga Mesopotâmia e chegou até a Índia.
O Império de Alexandre, o Grande durou pouco em termos políticos, tendo caído em desordem e guerras após a sua morte, porém seu legado foi grandioso e consistiu na fusão da tradição grega e daquelas encontradas no Oriente Próximo, o que criou um legado artístico e cultural que perdurou por mais de mil anos.
Jogar com os macedônios vai exigir que você queira ser um conquistador.
Os macedônios, mais que qualquer outra nação, concentram-se na expansão e, portanto, é bem provável que as cartas de território desempenhem um papel central no seu plano. Com Alexandre e a Cavalaria dos Companheiros, você pode continuar conquistando como estado imperial. Usar os novos territórios para guarnecer cartas e obter glória pode ser uma estratégia vencedora, principalmente com a ajuda da poderosa falange macedônia.
Persas
Os persas são um povo do Oriente Médio que habitava o Planalto do Irã e que construiu um poderoso Império que se estendeu por partes da Ásia, África e Europa.
Diferente de outros impérios que haviam existido antes, como o Assírio e o Babilônico, o Império Persa não tentou submeter culturalmente os povos conquistados: cada região dominada, chamada pelos persas de Satrapia, deveria pagar tributos para o rei da Pérsia e enviar regularmente soldados para alimentar sua máquina de guerra.
Essa característica incentivou os persas a criarem uma eficiente rede de comunicação, formada por diversas estradas e mensageiros treinados, bem como na adoção de um sistema monetário mais ou menos unificado e baseado em moedas de ouro (chamadas de dáricos em homenagem ao rei persa Dario I).
Apesar de não conseguirem dominar a Grécia, os persas mantiveram uma posição de destaque na Antiguidade e sua cultura ainda se faz presente nos dias atuais.
Controlando os persas, você vai querer submeter outras nações à sua vontade e usá-las a seu favor. Conquiste o máximo possível de cartas de povos tributários e expanda seus territórios. Assim que se tornar um império, comece a bater nos oponentes com seu poderoso aríete e a espalhar a desordem com o ouro persa.
Romanos
A cultura romana, junto com a grega, deu as bases para aquilo que chamamos de Ocidente: língua, instituições, mitos e valores romanos ainda se fazem presentes nos países da Europa Ocidental e naquelas terras que foram colonizadas por eles.
Apesar de associarmos fortemente Roma a um Império, é possível dizer que o maior período de desenvolvimento romano está ligado a República Romana. Entre os séculos VI a.C. e I d.C. os romanos viveram um período de intensas lutas internas, as disputas entre patrícios e plebeus, que consolidaram uma elite governante poderosa e ávida por conquistas.
Após as Guerras Púnicas, Roma conseguiu se expandir pela Europa, Norte da África e Oriente próximo, impondo uma hegemonia militar e econômica nunca antes vista. Seguindo o exemplo dos persas, os romanos tinham relativa tolerância cultural e acabaram atraindo os povos dominados para sua esfera de influência.
A pujança romana estava baseada no uso da mão de obra de milhares de escravizados, o que acabou por também ser a sua maior fraqueza: com a pax romana, decretada pelo Imperador Otávio Augusto no séc. I d.C., os romanos deixaram de lado a sua principal fonte de escravizados, a guerra, e passaram a sofrer de uma crise de fornecimento de fora de trabalho que deu início ao fim do Império Romano.
Quando você controla os romanos, seu caminho para a supremacia provavelmente estará na expansão rápida. Conquiste cartas de território e use-as para proclamar sua glória e obter fama. Com sua poderosa legião, você terá como continuar conquistando mesmo depois de ascender à condição de império.
Vikings (um povo não tão clássico)
Antes de mais nada, dois esclarecimentos.
Em primeiro lugar, os povos que chamamos de vikings não viveram durante o período que convenciona-se como Antiguidade Clássica. Na verdade eles viveram durante a Alta Idade Média, não tendo sido contemporâneos de nenhuma das outras nações encontradas na caixa Imperium Clássicos.
Outro lembrete importante: viking não é o nome de um povo, mas sim de uma profissão. Groso modo, o termo viking, designava os navegadores, exploradores, piratas e conquistadores que partiam da Escandinávia em direção a outras terras.
A expansão viking, ocorrida entre os séculos VIII e XI fizeram com que esses guerreiros aportassem em diversas áreas do litoral da França, Ilhas Britânicas, Península Ibérica e além (são encontrados registros de escandinavos na Rússia, na Sicília e até mesmo América do Norte).
Além de saqueadores, os vikings eram grandes navegantes e fundadores de cidades, sendo responsáveis pela fundação de diversos assentamentos nas terras que conquistaram.
Em termos de jogo, essa nação exige muito mais habilidade.
Os vikings nunca se tornam um império e não têm história, o que oferece algumas vantagens e dificuldades. Seu baralho de nação é uma fonte constante de cartas sem custo algum, mas você não terá como controlar a ordem na qual elas vão entrar no baralho. Use Gothja e outras cartas para se adaptar a essa situação e aproveite ao máximo sua capacidade de colocar em jogo cartas que normalmente entrariam para a história. Para gerenciar o baralho, lembre-se de guarnecer cartas usando seus territórios e sagas
E esse texto não é uma saga escandinava, mas com toda certeza ficou bem maior do que eu esperava.
Semana que vem eu vou dar uma visão geral sobre as civilizações lendárias que estão na caixa Imperium Lendas.
