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  • Por: Nanda Sales
  • Publicado em: 14 de abril de 2021

Pondo as ideias na mesa

Falar sobre como concretizar ideias é bem desafiador: pode ser extremamente prático ou inevitavelmente subjetivo. É possível dar dicas de como fazer isso somente com palavras? Ou será que agir é a forma mais concreta de se ter resultados reais? Para nós, era essencial que levássemos em consideração os dois lados desse desafio de criar um jogo: era preciso que conseguíssemos explorar diferentes estratégias. E foi exatamente isso que aconteceu no último sábado, 10 de abril, durante o primeiro encontro Pondo as Ideias na Mesa: Como dar Forma de Jogo ao que Imaginei?

Uma rede de apoio

Com a presença ilustre de Talita Rhein, dividimos o encontro em dois momentos: conversa e ação. Na parte um, Talita nos contou detalhes dos bastidores de como foi criar seu jogo de cartas Dogo Dash – que teve um sucesso absoluto em seu financiamento coletivo no KickStarter – e muitos dos desafios que aconteceram durante o processo. Ela foi o exemplo perfeito de como um jogo de sucesso pode começar de uma forma absolutamente despretensiosa e divertida.

Foi importantíssimo também escutá-la contar das inseguranças que foram acontecendo pelo caminho, seja por ser algo relativamente novo para ela ou, e principalmente, por ser uma mulher nesse meio, de uma forma que pouca gente se permite fazer, hoje em dia. Ter junto dela mais duas mulheres no processo de desenvolvimento e estruturação do financiamento coletivo (que foi feito de forma independente!), foi algo que ela relatou ser essencial para que conseguisse seguir. “Elas eram minha rede de apoio”, Talita contou. Ela ainda nos mostrou exemplos dos rascunhos de suas cartas e da evolução que foram tendo, deixando cada vez mais claro que o processo existe e o começo pode ser realmente simples. Para nossa sorte, a Letícia Dias (Led) também estava lá presente e pode contribuir ainda mais com o encontro ao contar de sua própria experiência enquanto desenvolvedora de jogos.

Estou citando aqui apenas alguns exemplos que contribuíram para que, aos poucos, o ambiente fosse ficando cada vez mais acolhedor, seguro e propenso à conexão. As participantes tinham espaço aberto para irem trazendo suas percepções, dúvidas e até mesmo suas próprias inseguranças. E foi questão de pouco tempo para que eu, enquanto mediadora, pudesse perceber o tanto que já havia de inspiração circulando pela sala (virtual). Era quase que um contágio do bem: uma ia incentivando a outra.

Exercício prático

Por isso, quando chegou a segunda parte do encontro (colocar a mão na massa), já existia uma vontade muito grande nas participantes de fazer acontecer, de realizar algo mais concreto. Tanto que, quando a Talita as convidou para criarem um jogo em apenas 15 minutos (!), apesar da surpresa e incredulidade de que seria possível, todas toparam participar. O direcionamento para a dinâmica foi simples: era preciso que elas pensassem em um objetivo que quisessem atingir com o jogo e que o desenvolvessem escolhendo uma mecânica, tendo em mente os elementos que seriam utilizados e o setup necessário para que o jogo acontecesse. Foi, então, o momento em que elas foram divididas em grupos pequenos de 3 ou 4 mulheres e tiveram a chance de criar, de forma conjunta, um jogo do zero.

Eu confesso que estava ansiosa: o que será que ia sair daquelas salinhas? Será que ia dar tempo para elas se soltarem e criarem algo? E o mais importante: será que elas estavam se divertindo no processo? Bom, só me restava esperar.

Quando o tempo do exercício acabou e todas foram catapultadas para a sala maior, eu tive uma enorme surpresa: todas estavam com as câmeras ligadas e sorrindo de orelha a orelha, ansiosas para partilharem como a experiência havia sido. Para mim, naquele momento, a função do encontro havia sido concretizada. Tanto fazia qual jogo elas haviam criado. Ver aqueles sorrisos contagiantes e a animação que estavam por terem topado aquele desafio era algo muito maior do que os jogos em si. E naquele momento eu sabia que o encontro havia sido um sucesso!

O resto? É história. Ou, quem sabe, a gente veja mais pra frente no edital! 😉

Próximo encontro

O segundo encontro já está marcado. Dia 25 de abril, às 14h. E nele, Bacolou mediará o que promete ser um dos encontros mais mão na massa de todos! Bora mergulhar em mecânicas com a gente? Clique aqui para ter mais informações.

Te esperamos lá!

Nanda Sales

Do tipo de criança que ficava de boa se tivesse um baralho ao lado, cresceu sendo a organizadora das jogatinas por onde passava. Em 2019, mergulhou ainda mais no hobby quando entrou para a organização da JogaMana. Hoje também é membra da Liga Brasileira de Mulheres Tabuleiristas, criando cada vez mais espaços para as mulheres estarem juntas, conectadas e acolhidas, em volta e fora das mesas.

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