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  • Por: Márcio Botelho
  • Publicado em: 1 de abril de 2020

Alocação de trabalhadores

Em homenagem ao dia do trabalhador, data celebrada em boa parte dos países ocidentais, resolvemos explorar na nossa sessão sobre as terminologias dos board games uma das mecânicas mais queridas por muitos jogadores: a alocação de trabalhadores.

A importância do trabalhador

Antes de fazer parte da indústria dos jogos de tabuleiro, por muito tempo exerci a profissão de professor. Certa vez, em uma de minhas aulas, perguntei aos alunos de onde vinham as roupas que usamos. Com toda a sabedoria de uma criança, uma aluna respondeu prontamente: “do guarda-roupa, professor”.

Em sua simplicidade ela me ensinou uma importante lição: como nós ignoramos a importância do trabalhador no nosso cotidiano.

Todos os objetos que temos em nossas casas – mesas, cadeiras, computadores, celulares, alimentos e etc – são fruto do trabalho humano. Nossa espécie transforma a natureza, empenhando engenhosidade para criar tudo aquilo de que necessitamos. Sendo assim, o mundo em que vivemos é dependente do esforço dos milhões de trabalhadores que todos os dias empenham suas tarefas.

Esse pensamento é importante porque, como nos lembrou o texto do Vagner Bispo publicado recentemente, os jogos tendem a refletir aspectos da cultura humana: a mancala surgiu em meio a culturas agrárias; o jogo da onça é fruto de uma sociedade onde a caça era importante; e o xadrez se adaptou a realidade das monarquias europeias.

Sendo assim, em um mundo tão dependente dos trabalhadores, é fácil entender porque este tipo de mecânica se faz presentes em muitos jogos de tabuleiro modernos.

Para onde vão os trabalhadores?

Alocação de trabalhadores, do inglês worker placement, também conhecida como action drafting, expressão em inglês que pode ser traduzida livremente como seleção de ações, consiste em basicamente selecionar as ações que serão feitas pelo jogador em um turno de jogo.

Essas ações são selecionadas ao se colocar um componente, que muitas vezes recebe o nome de “trabalhador”, em uma parte específica do tabuleiro. Esse trabalhador pode representar um membro da tribo, como em Prehistory, uma bruxa e seu familiar, como em Triora, ou um viking, como em Invasores do Mar do Norte.

Cuidado com o desemprego

Uma característica comum a muitos jogos com essa mecânica, como em Lewis & Clark: the expedition, nem sempre todas ações estarão disponíveis para os jogadores. Isso acontece porque existe um limite de realização de uma determinada ação no tabuleiro, fazendo com que o jogador mais estratégico consiga bloquear os adversários e impedir que realizem certas ações.

Falta de trabalhadores

Os limite não são ligados apenas as ações dos outros jogadores.

Na grande maioria dos jogos com mecânica de alocação de trabalhadores, o número de componentes que você possuí à disposição é finito. Sendo assim, o jogador deve calcular muito bem o que pretende fazer para ter sucesso.

Estude para ser alguém na vida

Em alguns jogos, como em Agrícola, você pode adquirir trabalhadores mais qualificados. Claro que isso tem um custo, porém estes trabalhadores podem desempenhar as ações de forma melhor e mais eficiente.

Além disso, estes “especialistas” podem assegurar uma pontuação maior ao final do jogo, refletindo o fato de que investir em um trabalhador mais especializado é uma potencial fonte de lucros para seu empregador.

Alocação de trabalhador é uma mecânica bem popular e está presente em vários títulos de sucesso.

Você curte este tipo de mecânica? Qual seu jogo favorito que a utiliza?

 

 

Márcio Botelho

Raça: Humano. Alinhamento: caótico e bom. Classes: Historiador 6, Crítico literário 4 e Nerd 10. Tentando descobrir como vencer os Marqueses no Root!

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