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  • Por: Márcio Botelho
  • Publicado em: 10 de novembro de 2021

O que é um GDD?

GDD é a sigla em inglês para Game Design Document (em uma tradução livre, Documento de Design de Jogo). Como o nome indica, o GDD é um material criado para orientar a criação de um jogo.

Os GDDs são parte fundamental da indústria dos jogos eletrônicos, orientando o trabalho de centenas de profissionais que estão envolvidos no trabalho de criação de títulos como Halo, God of War ou Legend of Zelda.

A metáfora da planta baixa

No livro Design de games – uma abordagem prática o designer Paul Schuytema afirma que o GDD tem a mesma função que a planta baixa de uma casa.

Pense no seguinte: você começaria a construir uma casa sem a planta feita por um engenheiro?

Acredito que sua resposta foi não, pois é de conhecimento comum que a falta de planejamento pode gerar dúzias de problemas para um prédio. No pior cenário, a coisa toda pode desabar porque não foi feito um projeto.

Com jogos acontece algo parecido: antes de por a mão na massa é importante ter algum ponto de partida, delineando as especificações do game que você pretende criar.

No GDD encontra-se um escopo do produto, suas ferramentas, objetivos, elementos narrativos e até mesmo esboços de arte do jogo. Também é recomendável que o documento inclua algumas análises de mercado, bem como dados que ajudem as pessoas que vão avaliá-lo a entender qual seu diferencial.

Jogo de tabuleiro precisa de GDD?

Os videogames são um mercado de massas e que atinge bilhões de pessoas. O orçamento, o número de profissionais envolvidos, o investimento em marketing e a velocidade na produção de um jogo como FarCry 6 indicam que estamos diante de um dos setores mais lucrativos do entretenimento.

Já os jogos de tabuleiro possuem cifras muito mais singelas, atingindo um público bem menor e faturando apenas uma fração daquilo que os jogos eletrônicos alcançam.

Essa diferença de escala faz com que o número de profissionais envolvidos em um projeto de jogo de tabuleiro seja muito menor. Em muitos casos, o game designer acumula diversas tarefas dentro do desenvolvimento do projeto, dando um caráter muito mais autoral a obra e justificando o apreço dos hardgamers ao nome do autor que vem estampado na caixa.

Essa particularidade faz com que os jogos de tabuleiro tenham uma produção mais próxima da artesanal, pois assim como o artesão em sua oficina, o game designer conhece e desempenha todas as atividades envolvidas na produção de uma peça/jogo.

Isso cria produtos únicos e cheios de personalidade, porém aumenta o tempo de trabalho e os custos.

Dividir as tarefas, segmentando a produção e criando equipes de trabalho, é um elemento fundamental para termos um setor moderno, dinâmico e com maior potencial de crescimento.

Acredito que o uso do GDD possa contribuir para esse esforço de profissionalização da produção de jogos de tabuleiro, pois a partir desse documento a equipe envolvida terá mais condições de desempenhar suas tarefas de forma coesa e harmônica.

Modelos de GDD

Existem vários modelos de GDD disponíveis na internet, mas vou deixar aqui o link para um que gosto de utilizar em meus projetos.

Ele possui explicações de qual a função de cada sessão dentro do documento, bem como exemplos extraídos diretamente do jogo Luna Maris, título de autoria de Ricardo Amaral e que foi desenvolvido em parceria com a MeepleBR.

Se você é um aspirante a game designer, talvez seja interessante refletir um momento sobre como o GDD pode contribuir para o desenvolvimento de seu jogo, até mesmo podendo ser apresentado para uma editora ou game studio para despertar o interesse pelo seu projeto.

 

Márcio Botelho

Raça: Humano. Alinhamento: caótico e bom. Classes: Historiador 6, Crítico literário 4 e Nerd 10. Se preparando para virar almirante da Frota Estelar.

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